Olá a todos, depois de uma ausência demasiado grande aqui fica um artigo sobre o baralho UB com que tenho jogado e penso jogar nos próximos eventos de standard.

A rotação de standard com o sentimento geral de “Jund foi-se!!! Já tens que tomar decisões certas para ganhar jogos e não ter apenas sorte no cascade”. Outra coisa boa é ainda não terem havido torneios importantes de standard, o que permite que vão aparecendo baralhos diferentes e qualquer jogador pode levar o seu baralho não copiado da net e fazer bons resultados. Ao primeiro torneio grande a “manada” de jogadores vai copiar o baralho que tenha feito melhores resultados e volta-se ao tempo de saber de cor a lista do baralho do adversário no final do 2º turno de jogo, o que até tem algumas vantagens, mas fica para outro artigo. 🙂

O que aqui me trás hoje é a minha proposta (parece que estou a enviar um orçamento :p) dentro da categoria de UB de controle. Esta lista foi evoluindo duma versão anterior até à rotação e passando por um exaustivo processo de teste composto de 8 rondas inteirinhas de FNM espalhadas por quase um mês cheguei à seguinte lista:

E o sb:

Há algumas diferenças para outros baralho do mesmo género, nomeadamente para as duas listas mais populares de Gerry Thompson e Nick Spagnolo.

Começando pela mana, eu prefiro a configuração de 27 terrenos, zero Everflowing Chalice, ao invés de 25/2 (tutorável com Trinket Mage) ou 25/3. Na minha lista não existem cartas com custo de mana superior a cinco, o que faz com que a aceleração dos Chalice não seja tão importante como quando se quer chegar aos seis de mana para um Titan. 27 Terrenos também ajudam bastante na quantidade de mulligans que (não) faço, pois a mana fica bastante mais estável. Os Preordain também melhoram bastante em qualidade quando não são gastos à procura de mana, basta pensar no efeito que um preordain pode ter ao 6º ou 7º turno por comparação ao 1º ou 2º.

<Aparte> Já que falo no preordain, não há muitos motivos para jogar um preordain ao 1º turno. Se o objectivo é achar terrenos ou mágicas certas, provavelmente devias ter feito mulligan, é melhor ver seis cartas do que três para achar o que se procura. Quanto mais tarde for jogado mais decisivo pode ser no jogo, quantas vezes há jogos decididos por quem compra melhor a partir duma certa altura? É pensar no que faz um Preordain nesses jogos e já percebes o meu ponto de vista 🙂 Além disto podes juntar o facto de não saberes qual o baralho do adversário e poderes estar a mandar cartas úteis para o fundo. <Fim de aparte>

Bichos e coisas que matem: 3 Abyssal Persecutor. Estamos no mundo dos Titans, e quem primeiro chega ao Titan, excepção no caso do Frost Titan onde o último a entrar é que ganha, tem um grande vantagem. Ao custar quatro e não seis de mana o Persecutor afecta muito mais cedo o jogo, e se a diferença não parece muita, pensem na diferença dos planeswalkers por quatro e cinco de mana, quanto mais de quatro até seis. Há três candidatos a “finishers” além do Persecutor (Four Mana Titan): Frost Titan, Grave Titan, e Wurmcoil Engine (Artifact Titan :)). Todos têm os seus pontos a favor, o Frost ganha aos outros Titans, o Grave é o melhor titan para o mirror de UB, o Wurmcoil é o melhor titan contra baralhos agressivos. Para já parece-me que não vou querer nenhum no baralho, mas estão alguns de parte para uma mudança de ideias que ocorra.

Jaces: Sim, os Jaces devem estar numa categoria só para eles. Três do grandes, três dos pequenos. O consenso geral é quatro grandes, zero ou dois pequenos. É um erro, vantagem de Jaces é bom, 3 de mana é melhor que quatro.

Remoção: 4 Doom Blade, 2 Into the Roil, 2 Consuming Vapors. Não são muitas, e tirando o Doom Blade nem são muito eficazes, mas o into the roil permite resolver qualquer permanente mais problemática e o consuming vapors mata qualquer monstro gigante do outro lado e o persecutor quando faz falta.

Anulas: 2 Spell Pierce, 4 Mana Leak, 3 Stoic Rebuttal, 3 Inquisition of Kozilek. Aqui já há diferenças enormes para as outras listas. 12 cartas total, comparado com seis a oito de outras listas. Para ganhar contra outros baralhos de controle o plano é ter mais mana, mais cartas para comprar e mais anulas, idealmente as três em simultâneo, no caso pior por ordem de importância. No caso da minha lista ao ter mais terrenos e menos chalices consigo anular os chalices do adversário e ganhar vantagem de mana. Não tenho mais cartas para comprar que outros, mas com o jace pequeno extra e os Spell Pierce devo conseguir alguma vantagem. Ter as 3 Stoic Rebuttal, ou a tal mágica que não faz nada em português, assegura um counter “a sério” para o jogo mais tarde, onde o Mana Leak começa a parecer fraquinho. Esta quantidade de anulas permite também a estratégia mais eficiente, na minha opinião, contra os ramps, ao anular a aceleração eles tornam-se um baralho honesto e usar o jace grande para tirar ameaças do topo do baralho é um plano extremamente eficiente contra baralhos com pouca densidade de ameaças.

Como contraponto, há todos os baralhos agressivos, pois muitas anulas não limpam a mesa de criaturas, e o primeiro jogo contra WW ou Elfos é sempre uma aventura. Por motivos semelhantes, mas por os Doom Blade serem inúteis vem o pior matchup no 1º jogo: Vampiros 🙁 A menos que aconteça uma mão perfeita e um jogo mau para eles vai ser sempre mau.

Chegando ao sideboard, o meu plano para construção é sempre agarrar no baralho principal e ver contra cada matchup quantas cartas não quero. Depois vejo se com esse número de cartas de sb o matchup já fica bom o suficiente. Se ainda assim precisar de mais cartas fica anotado para procurar mais opções. No final tento cobrir com as 15 cartas de sb os piores matchups para pelo menos equilibrados, e assegurar que tenho vantagem contra os baralhos mais populares. Então o meu plano actual, sempre sujeito a variações, pois por vezes o adversário pode jogar de forma a que outra estratégia seja mais eficiente:

Eldrazi Green: -2 Consuming Vapors, -2 Into the Roil, + 2 Flashfreeze, +2 Mindbreak Trap. O plano é melhorar um pouco o matchup dentro da mesma estratégia, retirando duas cartas pouco úteis por duas melhores.

Valakut Ramp: -2 Into the Roil, -4 Doom Blade, +2 Flashfreeze, +2 Mindbreak Trap, +2 Duress. Mesma estratégia que Eldrazi Green, mas neste matchup os Doom Blade são mais fraquinhos. Claro que se no 2º jogo o adversário aparecer com Joraga Treespeaker, os Doom Blade voltam ao baralho.

U/W: O plano de sb contra UW é o que mais pode variar, pois temos várias opções de ataque. O pensamento mais seguro é que o adversário vai ter Luminarch Ascension, então o que pode sair é 2 Consuming Vapors por 2 Duress ou 2 Ratchet Bomb. Provavelmente ainda irão sair 2 Doom Blade extras, mas não é garantido. Este plano de sb é dos que ainda tenho que rever, mas acho que vai sempre variar bastante conforme o baralho do adversário.

U/R: -2 Doom Blade, -2 Consuming Vapors, +2 Duress, +2 Mindbreak Trap. Pequeno ajuste.

U/B: -4 Doom Blade, +2 Duress, +2 Mindbreak Trap. Igualmente pequeno ajuste.

Elfos, WW: -3 Stoic Rebuttal, -2 Spell Pierce, -1 Mana Leak, +2 Disfigure, +2 Ratchet Bomb, +2 Consume the Meek. O plano aqui é cortar as anulas que são pouco interessante e sobrecarregar com remoção. Se ainda assim achar que é pouca remoção ainda há a hipótese de retirar mais um Mana Leak por mais uma Ratchet Bomb ou Disfigure no sb. De notar que não troco Mana Leak por Flashfreeze contra Elfos pois o que importa anular muitas vezes é o Eldrazi Monument.

Vampiros: +2 Ratchet Bomb, +2 Disfigure + 2 Consume the Meek, -4 Doom Blade, -2 Spell Pierce. Aqui se calhar é onde se pode notar mais a falta de um Ratchet Bomb extra.

Mono Red: -3 Stoic Rebuttal, -2 Spell Pierce, -1 Mana Leak, +2 Disfigure, +2 Ratchet Bomb, +2 Flashfreeze. Ver plano acima 🙂 apenas trocando um Mana Leak por anula mais eficiente.

Acho que cobri os matchups mais populares. Um grande detalhe a notar, na realidade só uso 12 das cartas de sb, pois ainda tenho que testar uns quantos jogos a ver se quero mais alguma Ratchet Bomb de sb, ou se quero Memoricide, Volition Reins, há um conjunto grande de cartas que podem entrar, mas só daqui por uns dias é que vou ter uma ideia melhor. Uma outra coisa a notar, é que em quase todos os baralhos com ilhas se vêm 4 Flashfreezes e 4 Negates de sb. E depois olhando para a lista do baralho o que pode sair são apenas os Mana Leak. Isto é um bocado de desperdício de espaço de sb, pois trocar uma anula por outra mais eficiente é interessante, mas não é um ganho notável no jogo. Eu tenho 2 Flashfreezes e quando entram é porque quero ter mais anulas naquele matchup, como se dá o caso de ser contra os ramps são Flashfreezes, se fosse contra UB provavelmente seriam Negate.

Para finalizar vem a discussão sobre as duas cartas mais importantes das outras listas que eu não tenho: Mimic Vat e Trinket Mage. Ter Mimic Vat no baralho implica ter algum bicho meu que eu lá queira meter. O Sea Gate Oracle é giro, e até me apurei para o Nacional o ano passado a jogar com eles, mas é simplesmente fraquinho. Ter Oracle e depois ter que o matar para ganhar valor com o Mimic Vat parece-me lento e muito demorado até ter retorno de toda a mana investida. Não é que o Mimic Vat seja mau, o meu plano para extended envolve certamente Mimic Vat e Mulldrifter ou Shriekmaw, mas em UB não me parece que tenha lugar. Já o Trinket Mage tem o problema de lhe faltar um alvo bom para ir buscar, da última vez que ele jogou podíamos ir buscar Engineered Explosives e Pithing Needle, o que dava uma garantia muito maior que Brittle Effigy. Poder ter um Basilisk Collar para meter no Abyssal Persecutor ainda me deu alguma vontade de experimentar e o Mage sempre bloqueia contra baralhos mais agressivos, mas não me parece bom o suficiente para já.

Se discordam de alguma coisa é deixar comentário abaixo que é para isso que eles servem 🙂

Isto já vai longo e a ver se para a semana faço um artigo sobre limitado de Scars.

Beijos e abraços a quem aplicável

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